Devem ter posto gardenal no café dos vereadores de São Paulo de novo.
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou no dia 2 de agosto de 2011 o Projeto de Lei 294/2005 do vereador evangélico Carlos Apolinário, do DEM, que cria o Dia do Orgulho Heterossexual no terceiro domingo de dezembro — o que faria com que ficasse sempre perto do Natal.
Claro que, pra valer, o projeto precisa ser sancionado pelo prefeito Kassab, do PSD. Com sorte ele não será burro o suficiente pra tanto.
De acordo com o Apolinário, a data é pra “conscientizar e estimular a população a resguardar a moral e os bons costumes”. Lembrando que
“a moral e os bons costumes” quer dizer exatamente “aquilo que é considerado certo de acordo com a minha religião”.A votação, por algum motivo, foi simbólica. Quer dizer que pra ser contra os vereadores tinham que se manifestar. Tinha 50 deles lá e só 19 foram contra. O resto devia estar dormindo ou morando de favor dentro de alguma igreja e não querem ser enxotados ou algo assim.
Um vereador do PT, Ítalo Cardoso, exibiu uma reportagem sobre aquela agressão a pai e filho que foram confundidos com gays em São João da Boa Vista. Pra ver se caía a ficha do nobre edil.
“Esse projeto não tem nenhum objetivo contra gays. Meu cabeleireiro é gay e eu tenho enorme respeito por ele”, disse Apolinario. Oh really?!!
Depois ele deu a entender que ficou com inveja da Parada Gay, evento mundial e popular, ser na Avenida Paulista enquanto a Marcha para Jesus, evento desconhecido e de pouca importância, ter sido na Zona Norte.
“Enquanto minorias usam manifestações em busca de direitos, políticos pegam embalo em temas de forte apelo e inventam projetos sem nexo como este”, disse Eduardo Mendes, doTestosterona. “É uma tentativa de frear os avanços que a comunidade GLBT vem conquistando”, disse Júlio Moreira, presidente do Grupo Arco-Íris.
“Dia do Orgulho Heterossexual? Assim como o Dia do Orgulho Gay? Acho que… bem… er… O Brasil sempre teve uma Parada do Orgulho Heterossexual, chamada Carnaval, não?”, disse Rob Halford, vocalista do Judas Priest.
Pedro Estevam Serrano, professor de direito constitucional da PUC-SP, disse que o projeto tem de ser vetado porque contém uma “atitude beligerante”.
Apolinário tava emperrando a análise de outros projetos desde junho deste ano, feito uma criança mimada, na tentativa de vencer pelo cansaço e aprovar o seu. Pelo jeito conseguiu e agora a maior cidade do Brasil vai ser motivo de piada mais uma vez.
O fato de um projeto assim existir e de ser aprovado na Câmara dos Vereadores só mostra que os gays precisam mesmo continuar lutando contra o preconceito dos puritanos religiosos.
Fonte Ateus do Brasil
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